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domingo, 22 de maio de 2016

São Paulo se reinventa à base de alma, solidariedade e até futebol


edgardo bauza técnico são paulo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Há 78 dias, o cenário do São Paulo mereceu essa análise dura. No dia da publicação deste texto, dirigentes e gente da comissão técnica do clube mandaram mensagens. Foram surpreendentes elogios às críticas, o que provocou uma constatação simples: havia, internamente, noção do que precisava ser feito. Restava saber se havia competência para fazer.
Não falamos aqui só de futebol. Não adiantaria nada o currículo de Edgardo Bauza, bicampeão da Libertadores, sem uma diretoria firme em atitudes e compromissos, sem jogadores solidários.
Dois meses e meio depois, o São Paulo está na semifinal da Libertadores. Ainda sem a regularidade que se espera de um grande time, ainda com um projeto de futebol em formação, mas com uma catarse coletiva que envolveu a torcida e superou aspectos técnicos – o que, convenhamos, é bastante plausível num futebol irregular como o que é jogado no continente.
O São Paulo está na semifinal porque aprendeu a sofrer, treinou para ser melhor na bola parada, pagou salários... Porque, jogando no lixo o texto que apontava o egoísmo, descobriu o que é olhar para o lado e sentir vontade de ajudar o sujeito que veste a mesma camisa.
Calma! Não pensem que a equipe não jogou futebol e se colocou entre os quatro da América unicamente graças à alma. O Patón aproveitou-se muito bem da eliminação no Paulista e das semanas que ganhou para trabalhar. Construiu um time que reage às maiores dificuldades, como dois gols da avalanche do "Eu acredito" em apenas 11 minutos. Que não perde o controle diante do medo da derrota. Que consegue ser quente e frio ao mesmo tempo.
Que se baseia em compactação, movimentos defensivos sincronizados e uma convicção muito forte no próprio jogo, a ponto de tirar Ganso para se classificar na altitude ou colocar um garoto de 21 anos, como Matheus Reis, para suportar a pressão do Atlético – e que valor teve esse menino, assustadoramente maduro e bem colocado para tirar bolas e mais bolas de sua área.
Maicon, o zagueiro que o departamento de futebol buscou da noite para o dia em Portugal, paralisou o que se desenhava um massacre. E daí por diante, o domínio atleticano foi enganoso. Acertou uma bola na trave, mas também levou outra. Buscou espaço e, principalmente no segundo tempo, não encontrou. Clayton teve chance, Calleri e Wesley também tiveram. O São Paulo soube jogar o jogo que se apresentou, o que não acontecia há até pouco tempo atrás.

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